Pus a tocar a música mais triste que encontrei, aquela que mais me lembrasse de nós, de ti, de uma versão antiga de mim. Vasculhei no computador à procura daquela pasta que teimo em mudar, constantemente, de lugar e nunca sei onde está, embora a encontre sempre, quase guiada por um inconsciente que tudo sabe. Sabe tudo menos onde irei, iremos, parar.
Numa perfeita sincronia, as fotos foram-se desenrolando à medida que a música progredia, também, no tempo e na história que contava. Chorei. Doeu tanto, sabes? Já há demasiado tempo que não sentia esta vontade tão grande de sofrer por nós, de me lembrar que "isto" contínua a doer intensamente... Venho encobrindo o que sinto com emoções ainda mais desgastantes, cansativas, que não me deixam lembrar daquilo que fui, daquilo que tive. Emoções essas que me deixam cada vez mais distante desse ponto que desejo, com toda a força que me resta, recuperar. Mas nada volta, não é? Ou, pelo menos, não volta igual. Quero, então, acreditar que poderá voltar melhor. Ingénua. Estúpida.