sábado, 3 de dezembro de 2016

Animais não são presentes

ANIMAL
Olá a todos, 
Venho com espírito de Natal pois este mês é-me quase impossível não o deixar, mas quero falar de uma coisa séria, por dois motivos: ontem foi o Dia do Rafeiro e hoje vi na página da Animal, no facebook, mais um dos apelos, típicos desta época, para não se oferecerem animais como prenda de Natal. Também só venho aqui, como tantas outras pessoas, tentar sensibilizar para este tema, pois a verdade é que muitos dizem gostar de animais e achá-los muito fofinhos, queridos, divertidos, no entanto quando se deparam com a responsabilidade que é ter um cão, por exemplo, em casa, a opinião muda e acabam por, cruelmente, se "desfazer" de um ser que deviam cuidar e respeitar.
Então, surge a necessidade de apelar à consciência das pessoas e de fazê-las pensar acerca disto. Quando ponderarem comprar um animal para oferecer, desde logo, retirem essa ideia da cabeça, porque animais não se compram, sequer, não são mercadoria, e não devemos incentivar a sua venda. Então, quando tiverem vontade de ter um cão ou um gato, dirijam-se a um canil, abrigo ou procurem alguém que tenha animais para adoção. Mas o que me traz aqui é o facto de haver gente a oferecê-los, apenas sabendo que o outro gosta, mas sem se perguntar se o outro terá disposição, vontade ou capacidade para cuidar de um ser que vai ser bastante dependente, como é óbvio. Assim, quando acharem que querem oferecer um cãozinho ao vosso amigo, ao primo, ao irmão, ao filho, pensem realmente se ele lhe irá oferecer condições de vida, não só satisfazendo as suas necessidades básicas mas oferecendo, também, carinho e atenção. Pensem também se vocês se importam assim tanto com um animal ao ponto de o oferecer. Digo isto porque, infelizmente, existem demasiadas pessoas que não conseguem ver um cão, um gato, qualquer animal, como um ser com sentimentos e necessidades semelhantes às nossas e, muitas vezes, é esse tipo de pessoa que pode considerar comprar um cachorrinho para o seu filho. O problema começa quando o cachorrinho começa a fazer as asneiras, normais na sua juventude, e depois se torna num cão adulto, deixando de ser "apelativo" e suscitando a questão, a quem o adotou, se realmente o deve ter em casa. E abandonar jamais deveria ser solução!
Um cão ou um gato têm de ser tomados como membro da família, pois é assim que eles se sentem, e vocês não compram ou não oferecem familiares a alguém, pois não? Tal como não abandonam na estrada um membro da vossa família, não é?
Podemos considerar, por exemplo, em adotar um cão para o deixar com uma pessoa idosa que se sente sozinha, mas sempre pensando em alguns aspetos importantes, como a situação da pessoa, se gosta realmente de animais e se haverá condições para cuidar dele, e lembrando-nos de que, quando a pessoa eventualmente falecer, o cão precisará de uma casa e vai sofrer, também, com a perda. Ainda podem, igualmente, considerar adotar um cão para fazer companhia ao vosso filho ou até para o tornar mais responsável, mas devem lembrar-se de que vocês terão grande parte da responsabilidade sobre aquele ser e precisam de o amar também!
Em suma, não sou tão determinista a ponto de desaconselhar, totalmente, a adoção nesta época, apenas acho que o essencial, aqui, é saber que apenas devemos adotar um animal, ou entregá-lo a alguém, se tiveremos total certeza de que nós, ou a outra pessoa, vamos ser capazes de cuidar dele e de lhe oferecer uma vida digna.

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