sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Só mais uma vez.




Mais um tiro. Só mais um só para ter a certeza que já está morto.
O vilão nunca morre à primeira. O amor jamais desaparecerá com um só tiro. E já vamos no terceiro.
Então, por que não ferir só mais uma vez? 
Por que não cravar a lâmina na carne e girar, só para ter a certeza que tortura mais um pouco?
Continua a sangrar, que mereces. Grita, chora, esperneia. Não quero saber. 
Deixa que a água se derrame por cima de ti e te leve as lágrimas ingénuas. Estúpida ilusão. Iludida.
Sente-te bem, no final, só porque eu te ordeno e porque me obedeces sem questionar. 
Este tiro que disparo há de ser só mais um. Porque, afinal, andas enganada. Sempre andaste. E aguentas.

27 comentários:

  1. Olá!
    Gostaria de saber se o texto é de autoria sua, porque achei muito boa a analogia que você fez. E sabe? Eu tenho uma opinião completamente em concordância com esse texto. Sério. Parabéns, se for seu.
    Beijos!
    vaiumspoilerai.blogspot.com

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    1. Olá. Sim, é meu :)
      Infelizmente, é escrito por mim e o sentimento é meu...
      Obrigada! Beijos

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  2. Mais parece o enredo para um filme de drama! 😉

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  3. Bia, seus textos são pílulas de desconforto em minha alma. Nunca fico igual ao que era antes de lê-los, rs.

    Profundos, sentimentais e, ao mesmo tempo, capitalmente racionais.

    Você me inspira de uma maneira que nem eu mesmo sei explicar. Também não quero.

    Obrigado por sermos amigos.

    Assim me considero.

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    1. E eu nunca sei como responder a tanta gentileza, sabe? :)
      Amigos? Claro! A escrita une todos aqueles que a entendem verdadeiramente, não é mesmo??
      Beijos

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  4. Nossa... Eu li como se estivesse me ferindo, e doeu viu? Uma dor visceral! Parabéns por seu texto, embora cause uma agnonia em algumas palavras, creio que é exatamente assim que deve ser interpretado. Pude estar imerso em suas palavras.

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    1. Era mesmo essa a intenção, afinal tenho-vos a vós, leitores, para partilhar as minhas dores, também ;)

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  5. Eu entendi de uma maneira e meu comentário é baseado na maneira que entendi/eu sempre crio uma historinha quando leio algum texto (afinal, cada um tem uma maneira de percepção).
    - Pra mim era um casal, alguma das duas partes deixou de amar, já não queria mais a outra parte. Mas parar fazer com que a outra parte o deixasse também, achou que deveria magoar inúmeras vezes e a magoa, tristeza (principalmente quando vem de alguém que gostamos) doí pra caramba.

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    1. Sabe uma coisa? Acho que entendeu melhor a situação do que eu mesma, que estou dentro dela! O amor faz-nos ser demasiado cegos em relação às ações impróprias do outro.
      Mas sim, acredito ter chegado à causa deste sentimento ;)

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  6. Bea, que texto foi esse!? é realmente o ultimo tiro para morrer de vez, haha.
    Parabéns pelo blog :D.
    www.resenhasdelivros.com

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  7. Adorei
    Palavras profundas mas honestas... Identifiquei-me muito!

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  8. lí este seu poema ontem e achei muito visceral, vc exprimiu um sentimento que realmente estava vivendo e isso tornou seu texto muito emblemático. Se posso dar um conselho: Faça da sua escrita o seu grande amor e abande pessoas que não sabem amar, elas são venenos para nossas almas e nunca valem a pena mesmo inspirando um poema como este. Parabéns.

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    1. Oh, minha querida.. Até chorei com o seu comentário.
      Infelizmente, até agora, a escrita só consegue ser o meu grande amor por me salvar de paixões bem mais intensas.

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  9. Só corrigindo a palavra era "Abandone".

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  10. Oi Bea, tudo bem?

    Mais uma vez seu texto esta repleto de uma profundidade que afeta a alma de auem o ler. Você consegue passar um ferocidade que existe em todos os seres humanos, mas que a maioria tenta esconder em suas cavidades.
    A analogia foi maravilhosa e me vi em cada palavra, desejando atirar quantas vezes fosse necessário para o sentimento passar, tornar-se pó. Parabéns!

    Beijos!

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  11. Uaau *o* Fiquei muito tocada com o texto. De verdade.
    Me lembrou do tempo que eu escrevia sobre minhas reflexões. Eram tempos de muita solidão, mas que escrevendo faziam me sentir mais livre e um pouco aliviada.
    Beijo =*

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  12. Sentimentos profundos e intensos gravados em tuas palavras. Transformar a dor em versos é uma das mais belas artes. Parabéns.

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  13. Oi Bia, tudo bem? Antes de mais nada, queria dizer que você se tornou uma daquelas surpresas boas. Passei a me identificar com a maioria dos textos e encontrar neles um sentimento que há muito eu não via. Dá pra perceber que é sincero, é real. Gosto disso, gosto muito. Quanto ao texto em questão, tenho uma opinião (talvez ingênua) sobre o amor. O primeiro tiro é certeiro e mortal; o resto é só tortura de nada serve. Muito bonito! Meus parabéns.

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    1. O que eu tentei e não sei se todos entenderam foi incorporar aquele que me tem magoado, sabe?
      Então aqui quando falo em tiros, são mesmo os dele para tentar acabar com o meu amor por ele e com o meu apego (que não têm resultado, infelizmente). Claro que será entendido de muitas outras maneiras e é isso que a escrita tem de fantástico!

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  14. Ola Bia
    Este texto é seu? Não o conheço e já gostei bastante. Realmente o amor é assim de vez em quando machuca, mas todo passamos por isso

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  15. ain,que triste. mas afinal, quem nunca levou um tiro né? ás vezes achamos que vamos sumir com o vento, mas dai reerguemos com o pó e tudo fica bem de novo.

    que lindo.

    beeijão
    http://www.carolhermanas.com.br/

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  16. Olá, adorei os versos!
    Tudo que vai pro lado do goticismo é maravilhoso.
    www.sramaia.blogspot.com

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  17. Ei!!! Você me permite falar um palavrão sem me julgar??? PQP!!!
    Tô com vontade de ler aqui em voz alta no meu quarto e, no fim, gritar o mais alto que puder pra deixar essa dor sair!! E que dor!! Quantas vezes na vida eu atirei no meu próprio pé, fiquei ali sentindo a dor e tantas vezes disse que nunca mais faria tal coisa?? Pois é? Adivinhe o que estou fazendo? Atirando novamente no meu próprio pé!!! Por vezes, foram as pessoas que fizeram isso comigo. Cravavam a lâmina e puxavam, pra doer só mais um pouco. Tantas vezes foram elas que me atiravam! E eu ficava ali sentindo tudo aquilo, sem saber como fugir. Ou talvez sendo burra demais pra isso. Talvez, não. Com certeza. Porque, como se não bastasse, agora sou eu quem está cravando a lâmina em mim mesma e puxando. Por que faço certas coisas? Qual a necessidade??? Eu grito, choro, esperneio e tô aqui me ferindo, gostando cada vez mais de alguém que me faz tão bem e tão mal ao mesmo tempo. Mas será que não aprendo? Só mudo o quadro, mas os resultados são sempre os mesmos. Dor. Estúpida ilusão. ILUDIDA!!!

    Sem mais...

    http://solteiricedemae.blogspot.com.br/

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    1. Nossa, acredite que eu compreendo demasiado toda essa sua agonia, sua angústia...
      E fale, fale tudo o que quiser, se isso a fizer sentir melhor! E sim, deve gritar, deve pôr toda essa dor cá para fora, porque isso dói, oh, se dói. O seu comentário diz tudo!
      Mas melhores dias virão, minha querida, disso tenho certeza. E um dia deixaremos de cair em ilusões tão frequentes... Acredite apenas nisso, que tudo é para o nosso crescimento, tudo faz com que sejamos pessoas mais fortes, melhores.

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