A verdade é que eu não tomei conhecimento do que se tinha passado em Orlando, na madrugada de domingo, logo que começou a ser noticiado. Só ontem andei a pesquisar melhor sobre o assunto e vi em uma das notícias que li que o ataque naquela boate foi o pior ataque a tiros da história moderna dos Estados Unidos e o mais violento ocorrido no país desde os atentados de 11 de setembro de 2001, não sei se isto é verdadeiro, nem sei se é isto que faz com que tenha sido uma tragédia tão grande. Mas, para mim, é verdadeiramente terrível e porque realmente me identifico com a causa subjacente. Não deveria ser necessário lutar pelos direitos de ninguém, devia estar inerente que todos somos iguais, no que concerne a direitos e a deveres, no entanto não é assim e haverá um longo caminho até que seja. Apesar de achar que não devia existir a necessidade de lutar pela igualdade, visto que ela devia, à partida, estar presente, defendo os tais direitos da comunidade LGBT. Ainda podia entrar pelo campo da questão do porquê da existência desta "comunidade", dado que a verdadeira igualdade só pode passar a existir quando deixar de haver esta distinção… Mas, enfim, isto é assunto para debater noutra hora, quando houver oportunidade. E porque eu gosto de deixar assuntos a meio, talvez.
Entre as vítimas daquele massacre
estavam jovens, com a minha ou pouco mais da minha idade e é por isso que eu
estou aqui, para os representar, honrar, o que seja. Não consigo fazer grandes
juízos de valor acerca do sucedido, a minha opinião é óbvia: como é que é
possível haver gente capaz de fazer este tipo de coisas? Como é que é possível
que alguém ache que está a fazer o bem ao causar sofrimento a outrem? Talvez um
dia consiga entender ou, pelo menos, tentar compreender os motivos de alguém
para magoar os outros mas, neste momento, ainda não tenho essa capacidade.
Estava a ler o artigo do Observador (http://observador.pt/2016/06/13/quem-sao-as-vitimas-do-tiroteio-de-orlando/)
e cito agora três das vítimas, as três mais novas, com que mais me posso
identificar pela idade e pelas quais só posso, neste momento, pedir que tenham
paz.
- Akyra Murray/ 18 anos: "Estava de férias com a família em Orlando, para comemorar a graduação do ensino secundário e visitar o irmão. (...) " Estudava na West Catholic Preparatory High School onde também jogava basquetebol (era "uma líder entre os seus colegas e companheiros de equipa").
- Jason Benjamim Josaphat/ 19 anos: "Atualmente estudava enfermagem na Orlando Valencia Community College. (...) Foi descrito pelos familiares como um jovem “brilhante e engraçado”."
- Luis Omar Ocasio-Capo/ 20 anos: "(...) uma das vítimas mais jovens do tiroteio (...) Mudou-se para Orlando com o objetivo de seguir carreira nas áreas da dança e da representação. “Estava a florescer a tornar-se um homem, ainda não era um adulto”, disse Leonarda Flores, relembrando o primo."
Além destes três jovens, fiquei (ainda mais) chocada com mais uma das mortes: uma mulher, Brenda Lee Marquez McCool, de 49 anos, que sobrevivera a um cancro na mama e outro nos ossos, mãe de 11 filhos, morreu ao colocar-se à frente do seu filho para o proteger do atacante... Que dizer?
É díficil arranjar palavras nestas situações. E é díficil, com isto, acreditar que estamos num sítio bom para viver, que a sociedade pode estar bem e pode evoluir. Será que pode todo o mundo parar para pensar como melhorar? Será que pode todo o mundo parar para ser racional? Para deixar de haver fanatismos, perseguições, ódio, guerras, ambição desmedida, preconceitos, desigualdade... Eu sei que é uma utopia mas, então, podemos parar apenas para imaginar como seria se não existisse nada disso?
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