quarta-feira, 27 de julho de 2016

II Apelo à autoestima

Sinceramente, não acredito no que os meus olhos veem e no que os meus ouvidos ouvem neste momento. Encontrei no Youtube uma tal de Nicole Arbour, supostamente comediante, e o seu vídeo "Dear Fat People", um entre vários em que ela ridiculariza alguém, seja vegans, seja pessoas religiosas, feministas, pessoas transgénero, etc. Só porque esta senhora ACHA que é comediante e que tem muita piada ao insultar descaradamente qualquer um. Não sei se é a brincar ou não, nem quero saber, também não me sinto magoada com qualquer coisa que ela tenha dito, quer por ser gorda ou feminista, porque sei que o cérebro de alguém assim, simplesmente, não dá para mais, e acima de tudo porque já aprendi a não dar importância às opiniões daqueles que em nada me são importantes. O que apenas acontece é que fico revoltada por haver pessoas a pensar assim e por pensarem que podem dizer tudo o que lhes apetece.
No entanto, reconheço que há pessoas que, tal como vi também no Youtube, se sentiram magoadas, inferiorizadas e humilhadas com as palavras desta mulherzinha que, apesar de apelar à liberdade de expressão para dizer determinadas barbaridades a seu gosto, desativa os comentários aos seus vídeos. Why, bitch? Why? Claro que também houve aqueles que usaram este vídeo e fizeram paródias, para mostrar que nada os afetava. Mas todos temos sentimentos, right?
Logo no início do vídeo ela refere que as pessoas vão ficar chateadas com ela mas pergunta "O que vão fazer, gordos? Perseguir-me? Eu posso fugir de vocês a passo lento!". Uma coisa que me revoltou foi o facto de ela referir o termo "Fat shaming" (o ato de gozar com alguém gordo, para quem não sabe) como o ato, que todos deviam praticar, de humilhar pessoas gordas e com maus hábitos até que eles parassem de ter esses maus hábitos (e sempre a insinuar que deviam parar de comer). Como é que isto é possível?? E mais, ela acha que os lugares de estacionamento para pessoas gordas deviam ser nas traseiras dos supermercados, para que tivessem de caminhar mais até chegar à porta e queimassem calorias, porque lhe estamos, supostamente, a facilitar a vida, o que ela chama de suicídio assistido. Whaaat?
Não consigo parar de enumerar as barbaridades que ela diz, mas quando ela falou da diabetes, passei-me, foi esta que me tocou... Porque o meu pai é diabético e é das pessoas mais magras que conheço, veste menos de calças que eu. Diabetes não é sinónimo de gordura! Gordura não é sinónimo de doença! Mas, enfim, ela acha que não está a ser má, que só está a ajudar e que está a fazer o que um amigo devia fazer, ao trazer esta "bomba de verdade". Wow, porque discuro de ódio ajuda realmente alguém. Porque humilhação é o que mais ajuda... Seriously? Há pessoas gordas saudáveis, há pessoas magras que não são saudáveis. Mas, definitivamente, pessoas estúpidas não são saudáveis! E sim, obesidade é doença, segundo a Organização Mundial de Saúde. Então é normal humilhar alguém doente? Não! E não é tratar alguém de forma desumana que o vai ajudar, definitivamente. E talvez a pessoa nem precise de ajuda. E talvez a pessoa se sinta bem como é e tem todo o direito disso!
Juro que vi muuuitos vídeos dela para procurar alguma piada, para ver se ela realmente tinha algum jeito para a comédia, mas não encontrei (e eu sou de riso fácil!), então só me sinto envergonhada por ter dado visualizações a esta mulher e ao que ela chama de sátira (que nem isso é) e daí também não vos vou deixar aqui o vídeo original (se quiserem ver procurem no Youtube por "Dear Fat People" ou por "Nicole Arbour"), mas deixo uma resposta muito inteligente e com humor (em inglês).

 

E lembrem-se que o que importa é gostarmos de nós e sentirmo-nos bem com o nosso próprio corpo, seja ele de que forma ou tamanho for!
O número na balança ou o tamanho de roupa que vestimos não nos define, mas sim aquilo que somos enquantos seres com sentimentos e as nossas ações.

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