sábado, 18 de junho de 2016

Quando a morte parece o mais acertado

suicide
Ontem, no Jornal da Noite e por todo o lado na net, o que víamos era a notícia da mulher de 37 anos que, em Barcelos, se atirou de uma ponte, com o filho de seis anos ao colo. Como explicar estas situações? Qual a razão para alguém querer morrer e levar consigo o filho, ainda uma criança?
Claramente, e a meu ver, esta mulher estava perturbada, além de que vi numa das notícias que li, não posso dizer se é verdade ou não, que a mesma sofria de depressão e já havia tentado suicídio antes.
Ainda na mesma fonte, vi declarações da psicóloga Bárbara Figueiredo, investigadora na Escola de Psicologia da Universidade do Minho, que referiam praticamente a mesma coisa que disse ao meu pai assim que vi a notícia: "Quase sempre, o que estas mulheres procuram é evitar que os filhos sofram num mundo que se lhes afigura como terrífico.". Além do claro distúrbio desta mãe e da consequente vontade de morrer devido à ideia de que o mundo é um lugar terrível, onde nada faz sentido, a pessoa é incapaz de se adaptar às situações, sente-se inútil, sem esperanças, desinteressada, vê-se dentro de uma gigantesca nuvem cinzenta, crê que desaparecer é a solução para acabar com o seu sofrimento, há aqui a vontade de acabar com o possível sofrimento do filho também, há a vontade de evitar que, com a sua morte, o filho sofra e, então, a solução é acabar também com a vida do filho. A meu ver, há a crença: "Se o mundo já é tão mau por si só, como será se eu lhe desaparecer?".
Esta explicação até parece viável mas esta mulher tinha, ainda, um filho mais novo. Deixa-me, assim, a questão: por que razão também não arrastou consigo a outra crinça? Infelizmente, não seria o primeiro caso: tivemos, já durante este ano, uma mulher que se atirou ao rio Tejo com as duas filhas, que acabaram por morrer, tendo ela sobrevivido. Isto, além de vários outros casos também conhecidos de mulheres que matam os filhos e cometem suicídio de seguida.
Mas, em que situação ficarão estas duas mães que, além do sofrimento pelo qual já passam, para quererem acabar com a própria vida, sabem que mataram os filhos e permanecem vivas, sem eles? 
Não sou mãe, nem acredito ser assim tão capaz de pensar como uma mãe, no entanto fico a pensar no quão difícil será viver com o peso de ter matado alguém a quem se deu vida, e até quando será possível carregá-lo. Provavelmente, até à próxima tentativa...

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